O silêncio após o nome foi absoluto.
Nem o vento ousava mover-se.
Até a neve, suspensa no ar, parecia ter esquecido de cair.
Helena permanecia no centro do círculo, o manto aberto, os pés descalços sobre o gelo.
O corpo dela emanava uma luz fria, prateada com veios dourados, que se espalhava como névoa sobre o altar.
O Coração da Geada pulsava embaixo, vivo, respirando.
Kael ainda a segurava pela cintura, o ombro sangrando através da bandagem improvisada.
A ferida se recusava a fechar, como se o gelo o repelisse.
Mesmo assim, ele não se afastava.
O rosto dele, banhado pela luz branca, parecia o de um homem à beira de perder tudo — e disposto a perder, se fosse por ela.
Erynn se manteve ajoelhada, a cabeça baixa.
— Aelyra voltou — murmurou, entre o espanto e o medo. — E o gelo a reconheceu.
Helena virou-se devagar.
A voz dela agora parecia vir de longe — suave, mas cortante como lâmina de vento.
— Não voltei. Eu nunca fui.
As runas ao redor responderam, acendendo-se em sequência.
Nunca