O cheiro de café fresco se misturava ao perfume da madeira encerada. Tudo parecia normal — mas dentro de Rose, nada mais era normal.Desceu as escadas em silêncio, o olhar distante, o corpo exausto, mas a mente desperta. Desde o último bilhete misterioso deixado em seu quarto, ela quase não dormia. Cada sombra parecia uma ameaça. Cada ruído, um aviso.Estava atenta o tempo todo, vigiando passos, portas, olhares. Tinha medo de ser drogada de novo. Tinha medo de não acordar mais.Quando chegou à cozinha, encontrou Caterina organizando a mesa, separando frutas em uma travessa. A mulher aparentava tranquilidade, mas o tremor leve em suas mãos a denunciava. Quando viu Rose parada na porta, ficou imóvel.Rose a observou por um instante, os olhos firmes, dominando o próprio medo. Depois entrou, com a postura de quem finge normalidade.— Martin saiu? — perguntou, em voz baixa.Caterina hesitou, desviando o olhar. — Saiu cedo… para uma reunião — respondeu, tensa.Rose já sabia. Tinha visto p
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