O sol já atravessava as cortinas do quarto quando Rose abriu os olhos. Por um instante, o silêncio a confundiu. O ar estava morno, perfumado de maresia e algo masculino — e então, percebeu Martin ao seu lado, deitado, sem camiseta, o peito nu e o rosto sereno, iluminado pelos primeiros raios da manhã.
Por um momento, ela o observou em silêncio. Havia nele uma beleza fria, quase cruel, e mesmo assim, algo nela ainda se prendia àquela imagem de homem arrebatador.
Mas o choro de Elena rompeu o silêncio.
— Mamãe... — chamava a menininha, do berço.
Rose levantou-se às pressas, tentando se arrumar antes que Martin acordasse. Prendeu o cabelo às pressas, ajeitou o vestido e pegou a filha no colo. Mas o som da voz dele, grave e ainda rouca de sono, a fez parar.
— Vamos descer juntos para o café da manhã — disse ele, espreguiçando-se, com um meio sorriso que não escondia a autoridade.
Rose apenas assentiu.
O salão do café da manhã ainda estava silencioso — poucos hóspedes haviam descido depois