Helena encostou a cabeça no ombro de Arthur, o corpo ainda aquecido pelo vinho e pelas risadas que trocaram depois do almoço tardio. O sofá da cobertura parecia um refúgio fora do tempo — ali, entre os travesseiros espalhados e a luz suave da tarde entrando pelas janelas imensas, ela sentia que podia finalmente respirar.Ele passava os dedos devagar pelo braço dela, distraído, como se aquele toque fosse algo natural — e, talvez, fosse. Helena fechou os olhos por um momento. Depois de tudo, depois do beijo, da noite no flat, do almoço preparado por ele com uma calma que ela não sabia mais existir, ela queria apenas ficar ali. Sem perguntas. Sem respostas. Sem medo.— Posso confessar uma coisa? — ele disse, a voz baixa, quase rouca.— Pode — respondeu, sem abrir os olhos.— Acho que fazia muito tempo que eu não passava um domingo assim.Ela sorriu, virando o rosto na direção dele.— Assim como?— Em paz — respondeu, encarando-a. — Com alguém que me faz esquecer o resto do mundo.Helena
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