Na noite seguinte, o céu se tingiu de escarlate.
  O eclipse começou devagar, com a lua sendo devorada pela sombra da Terra, ganhando um tom rubro intenso, quase sangrento. As lendas chamavam esse fenômeno de **"Lua do Julgamento"**, o momento em que os véus entre os mundos se tornavam mais finos e as escolhas dos vivos selavam destinos antigos.
  Lucas e Elena já estavam preparados.
  Reunidos no círculo das Colinas Negras — um dos últimos refúgios das Guardiãs —, haviam traçado símbolos de proteção com sangue e sal. Ao redor, pedras dispostas em padrões lunares brilhavam fracamente, esperando por algo. Elena vestia um manto prateado que encontraram sob o Segundo Altar. Ele se moldava ao seu corpo com perfeição, como se tivesse sido feito para ela séculos antes.
  — Quando a lua ficar completamente vermelha, o selo entre os mundos vai ceder — explicou Lucas, olhos fixos no céu. — Eles vão vir. Em legiões.
  — Que venham — ela respondeu, as mãos firmes. — Estou pronta.
  Mas não estav