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Capítulo 4 - Rastros de Sangue

A neblina não se desfez daquela manhã, né. Ela persistia densa, pesada, mesmo sob o sol fraquinho. Incomum, os mais velhos já falavam que os ventos tinham dado ruim. Elena despertou agitada, com o corpo rígido, os sentidos em alerta, qual se a noite tivesse cochichado avisos que a mente dela não lembrava.

Depis do café, o sino da capela tocou, uma badalada breve, urgente. Só rolava em momentos de alarme. Elena disparou, achou um grupinho na entrada da vila. Lá, o velho caçador Remo tentava explicar, arfando, o que tinha visto.

— Sangue. Na trilha norte. Pegadas. Num são de lobo — falou, os olhos esbugalhados. — Maiores. Mais fundas. E tinha. Pedaços.

O pânico explodiu feito fogo. Ninguém ousava falar o nome, mas todo mundo pensava: lobisomem.

Lucas surgiu depois, calado como a neblina. Observou a cena sem dizer nada, mas Elena notou as mãos dele cerradas. Seus olhos dourados, agora mais acesos, farejavam o chão como rastreadores.

Ele então se aproximou de Elena discretamente, bem de mansinho.

— Vc viu o símbolo. No livro. — A sua voz, baixa, mas firme, afirmava, nao perguntava.

— Vi. — Ela engoliu seco. — Sabe o q significa isso?

Lucas hesitou; Por um momento, o homem deu lugar à fera algo ancestral, selvagem tremeluziu em seu olhar.

— Significa o fim tá próximo, e o que está vindo não vai parar na floresta.

A névoa persistia naquela manha. Era densa, pesada, persistindo até mesmo com o sol tímido. Estranho, os anciãos resmungavam que os ventos estavam estranhos. Elena despertou ansiosa, o corpo tenso, sentindo tudo intensamente, como se a noite lhe contasse segredos... que ela esquecera.

Após o café, o sino da capela tocou - um chamado breve, urgente. Apenas em situações críticas isso acontecia. Elena correu, encontrando uma pequena multidão perto da entrada da vila, Remo, o velho caçador, tentava explicar, sem fôlego, o que viu.

— Sangue, na trilha do norte. Pegadas… nao são de lobo— disse, os olhos enormes. — Maiores, mais fundas. Tinha… pedaços.

O pânico surgiu como um rastilho de fogo. Ninguém pronunciou a palavra, mas todos a pensavam: lobisomem.

Lucas apareceu logo depois, tão silencioso quanto a névoa. Observou o cenário, mudo, contudo, Elena percebeu seus punhos fechados com força. Seus olhos dourados, brilhantes, examinaram o chão como se estivesse a caçar.

Ele chegou perto de Elena, com cuidado.

— Cê viu o símbolo né. No livro. — A voz dele era um sussurro, mas decida. Aquilo não era bem uma pergunta.

— Vi. — Elena sentiu a garganta secar. — Sabe o q'que ele significa?

Lucas deu um tempo. Num instante, o homem deu lugar à fera — um instinto antigo e bruto dançou no olhar dele.

— Quer dizer, o tempo tá curto. E o que vem ai. Não vai parar na mata não.

Elena andava com Lucas na trilha escondida no meio das árvores, onde o vento murmurava palavras de outrora e as sombras pareciam espiar cada moviemnto. A floresta pulssava, sentida a cada passo, como se reconhecesse aqueles dois ali. Lucas, em silêncio, liderava com segurança, mas alguma coisa no seu olhar traía a tensão - como se algeuém estivesse os observando. Lá no fundo, Elena sabia: aquele trajeto levava a mais que um ponto físico, levava diretamente pro núcleo do mistério que a cercava desde o primeiro grito.

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