Era fim de tarde na padaria, e o clima entre Lorenzo e Isabela estava mais leve que o normal. Já fazia semanas desde a noite no terraço, e os dois viviam como um casal não declarado — se olhavam com desejo, riam juntos, trocavam toques discretos entre as fornadas de pães.Naquela sexta-feira, o movimento tinha sido intenso. Um grupo de turistas brasileiros tinha descoberto o lugar, e Isabela, com seu carisma natural, logo puxou conversa com alguns deles. Um em especial, moreno, alto, com sorriso largo, elogiou seu sotaque e seu jeito simpático.— Se todos os atendimentos em Londres fossem assim, eu nunca mais voltava pro Brasil — disse o rapaz, rindo.— Você vai fazer a gente querer te contratar como garoto-propaganda, hein — ela respondeu, brincando, sem notar os olhos escuros de Lorenzo queimando ao fundo do balcão.Quando o grupo saiu, Isabela voltou para o caixa, ainda sorrindo. Mas bastou olhar para Lorenzo para sentir o ar mudar.— Aconteceu alguma coisa?— Não. Nada demais — el
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