Elô passou os dias seguintes tentando ignorar tudo que sentia. Repetia para si que talvez fosse estresse, falta de sono, qualquer coisa que não envolvesse dividir o próprio corpo com uma morta. Mas, por mais que fingisse, Clara estava presente. Não como uma alucinação, mas como uma presença viva, silenciosa — às vezes sussurrando pensamentos, outras vezes dominando impulsos.Caminhava pelos corredores da faculdade, tentava assistir às aulas, mas se pegava desenhando o mesmo símbolo no canto dos cadernos: uma espiral com dois traços cortando o centro. Não sabia o que significava, mas a imagem surgia em sua mente sem que pudesse impedir.Na aula de Psicologia Social, ouviu a professora citar um caso antigo de desaparecimento. Era um exemplo qualquer, parte do conteúdo da matéria. Mas o nome mencionado — Clara Oliveira — fez Elô arregalar os olhos.Ao fim da aula, correu até a professora.— Professora, esse caso… da Clara. Onde a senhora leu sobre ele?A mulher franziu o cenho, surpresa
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