A madrugada avançava, mas Elô não conseguia dormir. O nome Casarino latejava em sua mente como uma ferida aberta. O diário estava sobre sua mesa, e cada vez que tentava fechar os olhos, imaginava Clara caminhando por corredores escuros, cercada de segredos que a engoliram viva.
Miguel, deitado no colchão improvisado no chão, observava a amiga em silêncio. Ele sabia que a cabeça dela trabalhava em ritmo frenético, e talvez fosse esse impulso de não aceitar respostas fáceis que a havia colocado no mesmo destino da irmã.
— Você não vai descansar até pisar naquele casarão, não é? — perguntou, a voz baixa.
Elô desviou o olhar para a janela. A escuridão parecia respirar lá fora.
— Clara deixou isso para mim. Não sei se ela queria que eu continuasse ou que parasse, mas eu não consigo ignorar.
Miguel se levantou, coçando os cabelos desalinhados, e pegou o diário.
— Se vamos entrar nisso, precisamos de um plano. A família Casarino pode estar morta e enterrada, mas os fantasmas deles... — ele f