34. A Versão Que Já foi Minha
“Ettore Bianchi” Observo Liz adormecida no assento ao lado, a cabeça levemente inclinada em minha direção. Ela respira suavemente, a expressão serena. Parece tão tranquila agora, tão diferente da mulher tensa que embarcou há meia hora. O avião balança com uma leve turbulência, fazendo-a se mover. Então, num gesto que me pega de surpresa, sua cabeça repousa sobre meu ombro. Levanto a mão, instintivamente, para ajeitá-la e evitar que ela acorde com dor no pescoço, mas paro no meio do gesto. — Por que estou me preocupando com isso? — murmuro, recuando a mão e voltando a pousá-la sobre a perna. Alguns minutos depois, o piloto anuncia o início da descida. — Liz — chamo, num tom baixo, tocando de leve seu braço. — Estamos chegando. Ela abre os olhos lentamente, um pouco desorientada no primeiro momento. Quando percebe que estava praticamente deitada sobre mim, se afasta depressa. — Desculpa — murmura, ajeitando-se no assento. — Nem percebi que dormi. — Você parecia cansada — respo
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