37. Qual Versão Da Nossa História?
“Liz Bianchi”
A confissão dele quase me faz virar para terminar o que começamos, mas escolho ouvir a voz da razão. É mais seguro assim.
Qualquer atitude agora poderia nos levar a algo cujas consequências já conhecemos bem demais. E não estamos prontos para enfrentá-las.
A tempestade lá fora parece refletir o caos dentro de mim. Violenta. Imprevisível. Devastadora.
Quando o sol finalmente aparece, fraco e quase inexistente entre nuvens persistentes, acordo com a sensação de ter apenas cochilado.
Ettore já não está na cama. O som do chuveiro vem do banheiro, e aproveito sua ausência para organizar meus pensamentos.
Como devemos agir depois do quase beijo de ontem? Depois da confissão sussurrada na escuridão? Fingir que nada aconteceu parece a opção mais segura, embora, sem dúvida, a mais difícil.
Ele sai do banheiro alguns minutos depois, já vestido, o cabelo ainda úmido. Seus olhos encontram os meus brevemente antes de se voltarem para a janela.
— A neve diminuiu — come