32. O Passado Se repete
Ettore mantém os olhos fixos nos meus, como se tentasse ler o que se passa na minha cabeça.
Seu rosto continua tranquilo, mas seu olhar muda, se torna mais frio, mais calculado.
— Podemos ir embora? — pergunto, num tom mais baixo do que eu gostaria.
— Não — responde calmamente, tomando um gole de vinho. — Acabamos de pedir a sobremesa.
Lanço-lhe um olhar irritado, percebendo o brilho satisfeito em seus olhos. Ele está gostando disso, claro que está. Mais uma oportunidade de me ver vulnerável, desconfortável.
— Como quiser — respondo, tentando aparentar uma calma que está longe de existir.
Seguro o guardanapo com força, tentando controlar a ansiedade que cresce dentro de mim.
O que deveria ser uma refeição tranquila após um dia caótico se transformou em mais um teste. Mais uma tortura.
Desvio o olhar para Marco, que agora está sentado em uma mesa próxima. Ele não nos viu, mas é só uma questão de tempo. O sócio ao lado dele provavelmente já me reconheceu.
E então acontece. Marc