33. Uma Trégua Provisória
Uma semana se passou desde aquele dia caótico, desde aquela noite de farpas trocadas nas escadas. Sete dias de silêncio educado e distância proposital.
É como se tivéssemos estabelecido uma trégua não verbal, cada um mantendo-se em seu território.
Ettore no escritório, eu no quarto. No café da manhã, interpretamos nossos papéis com perfeição diante dos empregados e seguimos com vidas separadas que raramente se cruzam.
Na empresa, é a mesma coisa. Educação fria, profissionalismo exagerado. Como se aquela noite tivesse esgotado todas as emoções possíveis entre nós.
É estranho como um único dia caótico parece ter valido por sete dias monótonos. Como se o universo tivesse decidido nos dar um breve respiro antes da próxima tempestade.
E a próxima tempestade, aparentemente, é uma viagem de negócios à Suíça.
— Liz, essa blusa já está implorando por misericórdia — a voz de Giulia me arranca dos pensamentos.
Olho para a peça em minhas mãos, que de fato dobrei e desdobrei tantas vezes qu