A madrugada avançava como um intruso silencioso pelas janelas fechadas. A cidade dormia, mas Helena não. Os olhos ardiam, fixos na tela iluminada do computador, enquanto o cursor piscava ritmado, impaciente. O arquivo em branco parecia zombar dela. Era como se dissesse: você sabe demais para calar agora.
A pasta aberta sobre a mesa estava repleta de recortes, nomes, fotos, datas. Ela havia conseguido acessar arquivos antigos da delegacia — através de uma fonte que preferia não nomear — e ali estavam os primeiros indícios. O caso Nicole. O desaparecimento de Eduardo. As mudanças de identidade, os padrões de comportamento.
Mas o que mais a inquietava era a constante presença de Lucas Valdez — agora Lucky Valley — em todos os contextos.
Ela recostou-se na cadeira, levou a mão à testa. O coração batia acelerado. Sentia que estava diante de algo grande. E perigoso.
Mas por que, então, cada nova descoberta trazia não apenas medo... mas também um desejo confuso, sufocante? Por que quanto mai