O silêncio da madrugada foi rompido por sirenes distantes. A cidade, mesmo adormecida, parecia ciente de que algo grave se movia entre suas ruas. Uma sombra, uma presença que sussurrava pelos becos e observava pelas janelas sem ser vista.
No centro de operações montado provisoriamente dentro da delegacia, Brandão espalhava os novos arquivos sobre a mesa. As imagens obtidas por Vicente Duarte — agora colaborando com a polícia — expunham uma linha de tempo perturbadora.
— Esse cara estava construindo tudo isso há muito tempo — Brandão disse, apontando para as datas, para os desaparecimentos, para os nomes riscados em vermelho. — A carreira foi só a cortina de fumaça.
Do outro lado da mesa, Helena permanecia em silêncio. Os olhos fixos na foto de Nicole, tirada meses antes da tragédia. O sorriso da amiga agora parecia distante, quase irreconhecível. A presença de Lucky, mesmo sem aparecer em cada imagem, se fazia sentir em todas.
— O produtor que desapareceu... — Brandão continuou. — Enc