A noite caiu sobre a cidade com a suavidade de um véu de veludo, mas o coração de Lucas pulsava em guerra. Na superfície, ele ainda era Lucas Valdez — o vizinho tímido, inofensivo, invisível. Mas por dentro, algo se movia. Algo vivo, pulsante, antigo. Algo que sussurrava que Eduardo não merecia sequer respirar o mesmo ar que Luana.
Durante os dias seguintes ao encontro de Luana com Eduardo, Lucas se entregou a uma rotina obsessiva. Observava cada passo de Eduardo, cada mensagem que ele trocava, cada lugar que frequentava. O ódio crescia como mofo no canto da mente. Eduardo era superficial, frívolo. Um oportunista. Estava se aproximando de Luana como uma mariposa da luz. Mas Lucas sabia — mariposas sempre queimam.
Nicole, por outro lado, tornava-se um ponto estratégico. Ela conhecia os hábitos de Luana, seus sentimentos, seus medos. Aproximar-se dela era como adquirir a chave de um cofre emocional. E não foi difícil. Nicole tinha sede por atenção, e Lucas era mestre em dar ouvidos.