Capítulo 79 – A Queda do Guardião
A madrugada parecia ter se prolongado sem fim. Depois do falso rastro no armazém e do bilhete ameaçador, a equipe havia decidido não dormir direito: turnos, vigília, mensagens checadas a cada minuto. A cidade, no entanto, seguia indiferente; havia vidas que continuavam, crianças que riam na rua, luzes que piscavam nas casas e, enquanto isso, uma guerra de sombras se desenrolava por baixo.
Roberto foi o primeiro a aceitar ficar de plantão junto à casa de Helena. Não gostava da ideia de vê-la vulnerável e preferia usar sua experiência para cobrir saídas e entradas, ficar atento a qualquer movimento. Era um homem de ação e de poucos afetos, mas a amizade por Miguel e Helena o tornava incansável. Naquela noite, estacionou a motocicleta alguns quarteirões adiante, caminhou com passos firmes até o muro e assumiu a vigília em posição que já conhecia bem — olhos treinados que filtravam luzes, sombras e qualquer tremor que indicasse presença estranha.
Por volt