Capítulo 117 — Ecos de Guerra
O vento soprava frio naquela madrugada, cortando o ar como lâminas invisíveis. A escuridão dominava o vale, e o silêncio era quase absoluto — exceto pelo som distante de motores, vindo da estrada. Miguel e Helena estavam em um carro preto, parados no alto de uma colina, observando o horizonte com atenção.
O rosto de Helena estava sério, os olhos fixos no nada. Desde o último ataque de Ricardo, ela não conseguia descansar. A sensação de que ele ainda estava por perto, de que os observava, corroía sua mente como uma ferida aberta.
— Está pronto? — perguntou ela, sem tirar os olhos da estrada.
Miguel assentiu, ajustando o colete tático. — Pronto não é bem a palavra, mas... é hora de acabar com isso.
Helena respirou fundo. — Hoje ele não escapa.
Eles desceram do carro e caminharam em direção ao velho armazém abandonado, onde os últimos rastros de Ricardo haviam sido detectados. Clara e Tiago já os esperavam lá dentro, junto com outros aliados. A tensão no ar