Capítulo 118 — O Último Jogo de Ricardo
A manhã amanheceu fria e enevoada, como se o mundo quisesse apagar as cinzas da noite anterior. O corpo de Ricardo havia sido removido pelos peritos, e a área agora estava cercada por fitas amarelas e policiais uniformizados. O eco dos passos de Helena soava oco entre as ruínas.
Ela caminhava devagar, os olhos ainda fixos no túnel parcialmente destruído, o lugar onde o pesadelo parecia finalmente ter terminado. Mas havia algo em seu peito — uma sensação incômoda, como se o fim fosse uma ilusão.
Miguel, com o ombro enfaixado, se aproximou dela.
— Os agentes disseram que ainda vão levar dias para limpar tudo — comentou ele, com a voz rouca.
Helena não respondeu. Continuou olhando o chão, onde uma mancha escura ainda marcava o ponto em que Ricardo havia caído.
— Você não acredita que acabou, não é? — perguntou ele, finalmente.
Helena balançou a cabeça.
— Não... Ricardo era esperto demais. Ele não deixaria tudo acabar assim.
Miguel suspirou, olhando