Capítulo 38 – Verdades Partidas
Helena caminhava de um lado para o outro na sala, os pés descalços tocando o chão frio, enquanto as mãos tremiam sem controle. O papel que encontrara em sua bolsa parecia pesar toneladas: uma fotografia simples, mas devastadora. Miguel, sorrindo ao lado de uma mulher e duas meninas. Não era um registro antigo, não parecia algo do passado — era recente, vivo, verdadeiro. A caligrafia no verso, rabiscada com carinho infantil, dizia: “Para o melhor papai do mundo.”
As palavras ecoavam em sua mente como um martelo implacável. Papai. Miguel não era apenas o homem que surgira como um anjo em sua vida, que a salvara da morte e lhe oferecera apoio quando tudo parecia desmoronar. Ele era marido. Ele era pai. E ela, sem perceber, se tornara amante.
O coração de Helena parecia comprimido, como se mãos invisíveis o apertassem sem piedade. Queria gritar, queria quebrar tudo ao seu redor, mas só conseguia sentir o vazio se expandindo em seu peito.
Foi nesse momento q