Capítulo 39 – Entre Desculpas e Promessas
O silêncio da madrugada se arrastava dentro da casa de Helena como um fantasma. Desde que Miguel saíra, ela não conseguia dormir. As horas passavam, o relógio parecia zombar dela a cada tic-tac que ecoava pelas paredes. Helena estava exausta, mas a mente insistia em repassar cada detalhe da revelação: a foto, as palavras, o olhar arrependido de Miguel.
Ela tentava se convencer de que precisava esquecê-lo, que um homem casado e pai de duas filhas não poderia ocupar espaço em sua vida. Mas, a cada vez que fechava os olhos, a lembrança do beijo dele, do calor de seus braços, do cuidado em cada gesto, vinha à tona como uma ferida impossível de cicatrizar.
Na manhã seguinte, a campainha tocou. Helena hesitou em atender, mas o som insistente não lhe deu escolha. Ao abrir a porta, seu coração disparou: era Miguel. Ele parecia não ter dormido. Os olhos fundos, a barba por fazer, o semblante abatido.
— Precisamos conversar — disse ele, a voz firme, mas