Não muito tempo depois, os dois desceram.

Glauco teve que encarar a escada sem fazer cara feia, afinal, queria estar com ela.

Sabia que, se gemesse ao mínimo esforço, Amália o obrigaria a ficar quieto, em repouso.

Então engoliu a dor, ajeitou o semblante… e desceu.

Nice servia o jantar, discreta como sempre. Amália e Glauco se acomodaram à mesa.

Trocaram olhares, como cúmplices num crime. O crime de estarem um nos braços do outro, quase pegos em flagrante.

Mas Nice era uma senhora experiente, já vivera seus romances. Sabia bem o que acontecia entre um casal jovem e tão bonito como aqueles dois. Bobos seriam se não aproveitassem a juventude.

Glauco, por hábito, pegou a garrafa de vinho. Mas Amália pigarreou, estendendo a jarra de suco.

Ele a olhou com seus olhos verdes penetrantes. Não encontrou palavras para se defender. Havia acabado de sair de uma cirurgia para retirada de uma bala, claro que não podia beber álcool.

Com expressão de desgosto, estendeu a taça. Amália sorriu satisfeit