No carro, Amália seguiu em silêncio. Glauco, intrigado, daria qualquer coisa para saber o que se passava na cabeça dela.
"Quem diria, Glauco... você, preocupado com o que pensa uma garota de vinte anos." Ao pensar nisso, um leve sorriso percorreu-lhe os lábios.
Ainda assim, algo não o deixava em paz. Achou que ela recusaria ir ao baile, essa seria a Amália previsível que ele conhecia até então. Mas não. Agora ela parecia fria. E até distante, ele diria.
De tempos em tempos, a olhava de canto de olho. Ela continuava voltada para a janela, evitando-o. Mas não parecia com raiva. Parecia indiferente. E era isso que mais o incomodava.
Diante do grande prédio, rodeado por flashes, paparazzi e carros luxuosos, Amália se sentiu fora de lugar. Nunca havia enfrentado uma situação assim. O jantar do embaixador fora cheio de pompa, mas não comparável àquele evento.
O manobrista abriu a porta para Glauco, que saiu com elegância e contorno discreto. Caminhou pela frente do carro para abrir a porta