Glauco se levantou como se carregasse uma tonelada nos ombros. Sempre fora um homem decidido, determinado, raramente pedia opinião a alguém. Mas agora, sua escolha poderia ferir justamente a pessoa que mais amava e a amava de uma forma que jamais imaginara ser capaz.
Caminhou com passos largos, pesados. No elevador, encarou o próprio reflexo: a aparência já estava melhor, embora a barba por fazer lhe desse um ar diferente, mais sombrio. Seus olhos, porém, brilhavam de uma forma incomum.
Como num filme, flashes o invadiram: Amália no galpão, a expressão dela ao ver Carlos e Marta. Aquele instante a fez reviver todas as dores da perda, a lembrança de estar sozinha no mundo, órfã de pais assassinados. Ele fechou os punhos. Quando a porta do elevador se abriu, já não havia hesitação em seus passos, apenas determinação.
Durante o trajeto de carro, os pensamentos o atormentaram, mas sua decisão estava tomada.
Ao chegar na mansão, viu Amália descendo a escada. Ela sorria, os cabelos soltos c