Aquilo seria um feito: era a primeira vez que Glauco trabalhava diretamente com um agente. Ele tinha contatos em todos os órgãos, uma espécie de cooperação mútua informal e, ainda que fosse avesso a propinas, mantinha doações discretas a hospitais e pessoas íntegras que ficavam fora dos esquemas corruptos. Era um equilíbrio perigoso: agir fora da lei para, às vezes, corrigir as falhas do próprio Estado.
— Você deve manter sigilo. Glauco falou com firmeza, caminhando ao lado dele na direção da porta. — Qualquer coisa que precisar, fale comigo, com o Paolo ou com a equipe de TI. Vou lhe dar um celular criptografado para falar conosco. Continue no seu disfarce.
Henrico segurava o notebook com cuidado, como se carregasse uma bomba de informações. — Ele pode ficar comigo? Perguntou, referindo-se ao computador.
— Claro. Ainda temos muito a avançar. Glauco parou de frente para Henrico e olhou nos olhos dele. — Não atacamos diretamente, apesar de termos provas. Acreditamos que haja muita gent