Giovanni Mancini
O nascer do sol em Alessandria sempre me pareceu o mais bonito do mundo. Talvez porque eu nunca tenha visto outro com os mesmos olhos, ou porque em nenhum outro lugar haveria o corpo quente de Polina entre os lençóis ao meu lado.
Sua beleza completava a cena de forma quase cinematográfica. Nem a neblina suave da manhã conseguia ofuscar o brilho que emanava dela. Eu a observava como quem contempla um milagre, completamente hipnotizado, preso àquele momento como um tolo apaixonado.
E eu era, sim, um tolo. Um bobo completamente rendido por amor. E não tinha vergonha disso. O amor trazia consigo uma estranha mistura de força e fragilidade. Ele nos deixava sensíveis ao menor gesto, nos fazia enxergar beleza nas pequenas coisas - como assistir o dia amanhecer ao lado de quem se ama.
Mas algo começou a mudar. O céu, que deveria clarear, escurecia. O sol se apagava. E Polina... Polina desapareceu. De repente, eu estava sozinho na varanda da nossa casa.
Levantei-me, alarmado,