5 anos depoisAlice GiordanoNão sou o tipo de pessoa que teve a sorte ao seu lado. Na verdade, posso dizer com certeza que a sorte nunca me notou. Quando perdi minha mãe, aos vinte e sete anos, fui descartada pelo meu próprio pai como se eu fosse um fardo - enviada para um convento, longe dos olhos dele, longe da sua frieza.E foi lá, entre freiras e orações, que vivi os dias mais felizes da minha vida.A fé era meu alívio. Rezava com fervor, pedindo um futuro melhor, um pai que me amasse, uma vida que não doesse tanto. Mas Deus, talvez ocupado com promessas maiores, me entregou um destino ainda mais cruel.Numa noite fria e encharcada de chuva, Luca Giordano apareceu no convento. Irrompeu pelas portas sagradas com a arrogância de sempre, e me levou com ele - quase à força - para um país desconhecido, com promessas que eu sabia que nunca seriam cumpridas. Polônia. Terra onde minha mãe nasceu, junto da mãe dele.Nada fazia sentido. Ele parecia paranoico, agressivo, mais sombrio do que
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