Sem resposta. - Serena e Giovanni
Giovanni
Acordei antes do sol. O quarto ainda estava mergulhado naquela penumbra azulada de começo de manhã, onde tudo parece mais calmo, mais bonito… mais perigoso também.
Ela estava ali.
Deitada sobre o meu peito, um braço jogado displicente pela minha cintura, as pernas enroscadas nas minhas, como se o corpo dela tivesse encontrado lar. O cabelo bagunçado, o rosto sereno, os lábios entreabertos… e eu?
Eu tava fodido.
Porra, eu devia levantar. Devia sair dali antes que o dia começasse, antes que ela abrisse os olhos e tornasse tudo ainda mais real. Antes que eu ficasse mais preso do que já tô.
Mas eu não conseguia.
Fiquei olhando ela respirar, o peito subindo e descendo devagar, como se o mundo não fosse nada além daquele quarto, daquela cama, daquele momento. E pela primeira vez em anos — talvez na vida — eu me senti completo. Inteiro. Em paz.
E foi esse o problema.
Porque paz, pra gente como eu, não dura. Paz é ilusão. É armadilha. E o que a gente teve ontem à noite… aquilo não fo