Vou embora de Palermo. - Serena e Giovanni
Serena
Acordei decidida.
Vou embora de Palermo.
Não era um pensamento passageiro, nem uma raiva momentânea. Era uma certeza que queimava dentro de mim desde a noite anterior, quando finalmente enxerguei a realidade nua e crua: eu não podia continuar ali, presa nesse jogo torto de amor e perigo, onde a qualquer momento tudo podia desabar.
Levantei da cama com um peso diferente no peito — não era mais tristeza, era uma mistura estranha de medo e coragem. Eu precisava sair dali, respirar outra coisa, encontrar uma paz que aquele lugar não me dava.
Enquanto fazia a mala, minha mente martelava todas as razões. O silêncio de Giovanni, a ausência que doía, o olhar dele que me consumia sem me libertar. O perigo que rondava cada esquina, mesmo que eu fingisse que não via.
Eu não podia mais ser personagem de uma história que me matava aos poucos.
Fechei a mala com cuidado, o som do zíper ecoando como um sinal de partida.
Ainda nem eram sete da manhã, e o sol começava a tingir o céu de laranja l