Nós seremos família, se quiserem ser.
O instante quebrou em movimento.
Ele correu até mim, num impulso urgente, como se o tempo tivesse decidido acelerar de repente. Pegou minhas mãos com força, apertando como se quisesse guardar aquele contato para sempre. E, sem pensar duas vezes, quase se ajoelhou diante de mim, os olhos escuros e intensos fixos nos meus.
— Eu te amo, Giulia — disse, a voz rouca, carregada de emoção. — Fui um covarde. Te tratei como coisa porque não sabia como amar.
O som daquelas palavras reverberou no meu peito, explodindo em cada canto onde a dor, o silêncio e a distância haviam deixado espaço. Ali estava ele, vulnerável, derrubando as paredes que a dureza da vida havia construído.
Meus olhos marejaram, mas segurei firme aquelas mãos que buscavam as minhas, como se fosse um pedido silencioso por perdão e por um novo começo.
— Não quero mais medo entre a gente — continuei, com a voz trêmula, mas determinada. — Quero que as coisas sejam diferentes, Salvatore! E você vai me ouvir. — minha voz saiu mais