Você veio.
O sol já dava os primeiros sinais da manhã quando meus olhos se abriram. Um brilho diferente estava ali — firme, decidido, pulsando como uma chama que eu não queria mais apagar.
Levantei da cama com a sensação de que aquele dia seria o começo de tudo. Não de um fim, como tantas vezes temi.
Peguei o celular e disquei o número dele. O toque ecoou no meu peito, acelerado.
— Alô? — a voz rouca e calma do Salvatore apareceu do outro lado.
— Salvatore, — falei sem rodeios, com a autoridade que há muito não me sentia capaz de usar — vou encontrá-lo hoje.
Ele pareceu surpreso, mas não hesitou.
— Você tem certeza?
— Mais do que nunca. — Sorri sozinha, sentindo o poder daquela convicção. — Quero que Giovanni venha me buscar. Saímos daqui à tarde.
Ele ficou em silêncio por um momento, depois concordou.
— Está bem. Mandarei buscá-la.
Desliguei e fiquei olhando para o teto, feliz com aquela sensação estranha e gostosa de estar no controle.
Mandona, decidida, viva.
Finalmente era minha vez.
Sai do