O salão esvaziava lentamente, como se o tempo estivesse gentilmente guiando cada convidado para fora. Os sorrisos persistiam, os últimos brindes ainda ecoavam entre as árvores, e as luzes penduradas continuavam tremulando como estrelas bêbadas. Mas dentro de mim, tudo já estava em silêncio. Um silêncio cheio. Denso. Feito de promessas.
— Vamos? — Salvatore perguntou, o terno levemente desabotoado, os olhos fixos em mim.
Assenti com um sorriso, as mãos ainda trêmulas depois de tudo. Ele me guiou para fora como quem carrega um tesouro, e o carro nos esperava — discreto, elegante, silencioso como a noite.
Nenhuma palavra foi dita no caminho até a casa.
O mundo lá fora parecia distante