Salvatore
Acordei antes do sol nascer. O relógio no pulso marcava cinco e pouco. Me vesti em silêncio. Sem café. Sem pressa. Mas com algo entalado no meio do peito.
Giulia ainda dormia.
Ela ia embora hoje. Por um dia. Por horas. Mas ia.
E eu não queria ver.
Não era orgulho. Não era desprezo. Era outra coisa. Um desconforto maldito crescendo por dentro, como uma febre.
Ela voltaria. Eu sabia. Eu que mandei ela ir. Mas mesmo assim, meu corpo parecia não entender essa lógica. E meu peito também não.
Desci as escadas devagar, cada passo pesando mais do que devia. Passei direto pela cozinha, di