O carro seguia pela estrada molhada num silêncio que me engolia inteira. O som da chuva contra o vidro era o único barulho constante, como se o mundo estivesse tentando disfarçar o que tinha acabado de acontecer.
Giovanni dirigia com o maxilar travado, os olhos fixos na estrada, a mão firme no volante como se estivesse segurando mais do que apenas a direção daquele carro. Ele não olhava pra mim. E, por Deus, eu não sabia o que diria se ele olhasse.
Eu sempre falei da máfia com sarcasmo. Brincava. Fazia piadas.
Era meu jeito de lidar com o medo — como se, se eu tratasse aquilo tudo como uma novela, o sangue não respingasse em mim. Como se a vida de Giulia com o Don dela fosse só um conto picante, e o Giovanni... o Giovanni fosse s&oacut