O salão estava silencioso depois das conversas com os príncipes e com o humano Michael. Meu coração ainda batia acelerado pela quantidade de revelações que tinha ouvido, e mesmo assim eu continuava perdida, como se estivesse no meio de um quebra-cabeça onde faltavam peças demais.
Foi então que Eva, a bruxa ancestral, se levantou. Seu olhar me encontrou de forma direta, como se pudesse atravessar minha alma. Ela caminhou devagar até mim, e por um instante senti vontade de recuar. Havia algo naquela mulher que me deixava inquieta, como se ela enxergasse o que nem eu mesma conseguia.
— Sabe por que todos te chamam de especial, garota? — perguntou ela, em português fluente, sua voz rouca mas firme.
Engoli em seco, apertando as mãos sobre o colo. Balancei a cabeça em negativo. — Não… ninguém me explica nada. Só dizem que eu sou diferente.
Um meio sorriso se formou nos lábios dela. — Vou te contar uma história. Talvez assim entenda melhor por que o destino te trouxe até nós.
Todos na sala f