Capítulo 117
Lucia Bianchi Strondda
Vinícius não caminhou diretamente para o lado do motorista.
Ele nem sequer olhou para a porta da frente.
Simplesmente abriu a porta traseira do carro e entrou, como se fosse óbvio que não dirigiria.
Eu entrei junto, me acomodando ao lado dele.
E quando Vinícius estava nesse estado… qualquer detalhe dizia mais do que palavras.
Ele não disse uma única sílaba durante o trajeto.
Nenhuma ordem, nenhum comentário, nada.
Só o barulho constante dos dedos dele deslizando pela tela do celular em uma velocidade que eu nunca tinha visto.
Entre uma notificação e outra, ele puxou um tablet fino guardado atrás do banco e o desbloqueou. A tela iluminou o carro com o reflexo frio de câmeras de segurança — várias, de ângulos diferentes, mostrando trechos da boate, do corredor subterrâneo, da área VIP, da rua lateral.
Ele cruzava imagens, aumentava, diminuía, pausava, marcava algo com dois toques rápidos.
Eu o observei em silênci