CAPÍTULO 3

Aquele homem que eu me recusava a chamar de pai chegou em casa pela manhã, enquanto eu passei o dia e a noite anterior com fome, não existia nada pra comer em casa, e eu já estava passando mal.

— Onde você estava? Eu tô faminta.

Falei com fúria na voz enquanto ele atravessava a porta.

— Cala a boca garota, nós temos visita, vai chamar as outras, anda.

Logo atrás dele, apareceu um homem, e eu nunca havia visto alguém tão lindo e elegante, os olhos esverdeados dele pareciam atravessar a minha alma, os cabelos bem alinhados e social, e as roupas aparentemente caras, deu pra ele todo o charme necessário pra prender a minha atenção de forma quase que ridícula.

— Você não ouviu menina? Vai chamar as outras.

Eu pulei de susto ao ouvir os gritos daquele homem, e voltei toda a minha atenção pra ele.

— Elas não estão aqui.

— Como assim? Pra onde elas foram?

— Pra bem longe de você.

Ele me segurou pelos braços e me sacudiu.

— Porque você não as impediu? Aquelas garotas valiam uma fortuna sua incompetente.

— Se dê por satisfeito por eu continuar aqui, e se o senhor continuar me testando assim, eu serei a próxima, nem que pra isso eu tenha que matar você.

Ele me soltou imediatamente, como se as minhas palavras tivessem o amedrontado, e encarou o homem, que mantinha os olhos fixos em mim, e negociou com ele bem na minha frente, como se eu fosse uma mercadoria.

— Só sobrou essa senhor, ela tem 17 anos, e nunca dormiu com um homem.

O olhar do homem passou por todo o meu corpo, e por alguma razão eu senti calafrios, porém também senti um desejo enorme de saber o que ele estava pensando naquele momento.

— Ele não pode ter certeza se estive com um homem ou não senhor, ele não me criou, não morava comigo, e eu posso sim ter estado na cama de alguém, além disso, hoje completo 18 anos, sou dona do meu próprio nariz, posso me recusar a ser vendida.

— Cala a boca sua maldita.

O meu odiado pai gritou, e eu comecei a rir na cara dele.

— Acho que o meu preço caiu querido papai.

Em questão de segundos senti a mão dele no meu rosto novamente, e só então eu ouvi aquele homem pronunciar alguma palavra.

— Não bata na garota.

— Desculpe senhor, mas ela é rebelde, a mãe a criou sem limites.

Ele respondeu ao homem que continuava me encarando.

— Por Deus, me leve com você, provavelmente eu terei uma vida menos sofrida do que com esse monstro, eu aceito qualquer acordo.

Falei enquanto tentava fingir sofrimento, mas na verdade, eu só estava usando o meu poder de convencimento pra ser tirada daquela casa o mais rápido possível.

Depois de alguns segundos, o homem tomou uma decisão e tirou os olhos de mim pra olhar pro meu odiado pai.

— A garota tem razão, a dúvida sobre ela ser virgem ou não a torna mais barata, e como ela completa 18 anos hoje, ela pode escolher ir embora e você não vai poder fazer nada a respeito.

— Ela está mentindo, tudo o que ela quer é me prejudicar.

— Não vou pagar o valor acordado para o senhor, se ela decidir ir comigo, o máximo que darei ao senhor é uma recompensa por ter me trazido até ela.

— Mas isso não é justo.

— É pegar ou largar senhor.

O meu odiado pai olhou pra mim com desprezo e cuspiu no chão.

— É melhor isso do que nada, ela não vale muito mesmo, e eu espero nunca mais ter que olhar pra essa garota.

O homem olhou para mim e colocou nas minhas mãos aquela decisão.

— Você quer vir comigo ou não?

— Sim. É melhor do que ficar nesse inferno.

Ele balançou a cabeça e voltou a olhar para o desprezível do meu pai.

— Então negócio fechado, ainda hoje o dinheiro estará na sua conta, mesmo sendo bem menos do que o acordado, ainda sim é uma boa grana para recomeçar a vida. Agora vamos garota.

Eu era filha dele, mas eu o odiava mais do que tudo no mundo, afinal como alguém tenta vender a própria filha daquela forma? Ele era um ser desprezível e sem escrúpulos, e eu não sairia dali sem falar pra ele tudo o que ele merecia ouvir.

— Um dia nós dois voltaremos a nos encontrar querido papai, a diferença é que você vai se ajoelhar pra mim e implorar por misericórdia, daqui a pouco o dinheiro que você conseguiu por mim, irá acabar, e a sua vida sempre será miserável, porque pessoas ruins não prosperam, e quando o chão lhe faltar, quando a velhice chegar, quando você olhar pro lado e não ver ninguém, o rosto das suas filhas irá assombrar seus pensamentos, e você será consumido pelo arrependimento até o fim dos seus dias.

Eu cuspi no chão também ao terminar de falar, e atravessei a porta com um completo desconhecido.

Ao chegar do lado de fora, alguém que parecia ser o motorista abriu a porta de um luxuoso carro.

— Entre.

Eu entrei, e o homem lindo que me comprou entrou logo depois.

— Como você se chama?

Ele perguntou meio segundo depois que o carro começou a andar.

— Bia, e o seu?

— Eu me chamo Thomas.

— Afinal, por que você me quer Thomas? Eu serei uma escrava sexual?

Ele me encarou, e o olhar enigmático dele não me dava nenhum sinal de irritação.

— Eu irei me casar com você e teremos relações sexuais até você me dar um filho, após isso, vou dar um jeito de me separar de você e irei garantir que você tenha uma vida confortável.

— Então eu serei pra você apenas uma incubadora?

— Sim, é basicamente isso.

— Você tem dinheiro, porque não paga uma barriga de aluguel?

— Minha mãe quer um neto, e eu quero a presidência da empresa da nossa família, e ela irá me dar após se tornar avó.

Porém o neto dela deve ser gerado de um casamento legítimo, a intenção dela é evitar que eu continue dormindo com as mulheres que eu acho atraentes, ela tem medo de eu dormir com alguma aproveitadora que queira roubar a nossa fortuna.

— Então a sua ideia mais brilhante é comprar uma garota pobre, transar com ela, até ela gerar um filho seu? Até eu com 18 anos teria uma ideia melhor do que a sua.

— Eu não sou tão velho assim, mas enfim. Você irá manter esse acordo em segredo, ou eu juro que você nunca terá sua liberdade, mesmo tendo 18 anos, darei um jeito de você nunca mais conhecer o mundo, entendeu?

— Eu posso fazer isso, se você não me privar de ser a mãe da criança após o nascimento, não vou simplesmente colocar uma criança no mundo e esquecer da existência dela.

— Posso fazer isso, porém enquanto estivermos casados, não quero que você exija direitos de esposa, como se pudesse me controlar de alguma forma, você não pode esquecer que esse casamento será de aparências, e que eu irei continuar dormindo com quem eu quiser.

— Por mim, você pode enfiar o seu pinto em toda mulher que encontrar pela frente Thomas, desde que use preservativo e não passe doenças pra mim.

— É claro que usarei preservativo, qual foi a parte que não posso engravidar qualquer uma que você não entendeu?

— Só acho bom deixar isso claro.

— Pra alguém que nunca esteve com um homem, até que você tem bastante entendimento sobre o assunto.

— Como você pode ter certeza de que nunca estive com alguém? Você mesmo pagou um valor mais baixo por mim aparentando ter acreditado que estive.

— Paguei menos porque seu pai não tinha mais direitos sobre você. Mas isso não vem ao caso. O caso é que seu olhar ainda é inocente, o olhar das garotas mudam quando elas viram mulheres, então, inventa outra história.

— É, você deve conhecer bem as mulheres, já que vive no meio das pernas de tantas.

— E você será mais uma que abrirá as pernas pra mim...

Ele aproximou os lábios do meu ouvido e continuou...

— Querida Biaaa!

O sussurro dele fez cada célula do meu corpo vibrar!

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