Emanuelle narrando
Cada passo que dei em direção àquela sala foi uma batalha interna.
Minhas mãos estavam frias, o estômago revirado, mas meu rosto… ah, meu rosto era uma máscara de mármore. A máscara que aprendi a usar desde que decidi seguir em frente nesta loucura.
Eu sabia o que encontraria ali. Não precisava de provas, nem de intuição aguçada — o perfume adocicado de Valeria já impregnava o ar antes mesmo de eu tocar a maçaneta.
Abri a porta sem bater.
E lá estava ele.
Lucas.
Meu noivo. Meu risco calculado. Meu erro inevitável.
Sentado, com Valeria, - a mesma mulher do jardim- no colo, os dedos dela passeando por onde, na noite anterior, minhas unhas deixaram marcas.
Meu coração… afundou.
Por um segundo — um mísero segundo — quase deixei transparecer. Quase deixei que a dor furasse a couraça.
Mas então, respirei fundo.
Endireitei os ombros. Ajustei o queixo.
E vesti a versão mais letal de mim mesma.
A mulher que eles não esperavam.
— Lucas — chamei, com um sorriso leve, calculad