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Capítulo 11 — Veneno Silencioso

Eu sempre fui bom em manter o controle.

Dos negócios. Das pessoas. Dos sentimentos — especialmente desses.

A frieza foi o que me manteve vivo nas trincheiras da máfia desde os quatorze anos. Quando se cresce cercado de traições, promessas vazias e lealdades compradas, você aprende cedo a separar o que quer… do que precisa fazer para sobreviver.

Mas Emanuelle desmonta isso.

Em silêncio. Em doses.

Ela não chegou com armas. Nem com gritos. Nem com exigências. Chegou como quem não quer nada — e se tornou tudo.

Ontem à noite, quando entrei no quarto dela, era para convencê-la a ficar longe. Dizer que isso era perigoso. Que ela não sabia com o que estava lidando. Eu tinha o discurso pronto.

Mas aí ela me olhou.

Não como antes. Não com medo, nem submissão. Ela me olhou como se pudesse me ver por dentro. Como se já soubesse que eu estava quebrado e estivesse disposta a se cortar nas minhas farpas.

E eu a beijei.

Por Deus... eu a beijei como se ela fosse o fim da minha linha.

E ela me deixou.
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