Ayla, uma jovem mulher com um coração tão puro e doce como sua mãe, vive uma reviravolta depois da morte da mesma. Acontecimentos terríveis e imperdoáveis fazem Ayla encontrar com Lucian, um homem frio e calculista que a compra por impulso em um cabaré qualquer e mesmo tentando evitar, cria sentimentos por ela. O final dessa história? Venha descobrir.
Ler maisMais um dia eu acordo nesse inferno que eu infelizmente tenho que chamar de vida. A cada dia que passa eu só consigo pedir para tudo isso chegar ao fim, eu durmo implorando a Deus ou a qualquer ser que exista, que eu não acorde mais.
Olho em volta e tudo está escuro como todos os dias. O frio do chão já não me afeta mais como antes. Estou com uma fome inexplicável, mas sei que só irei conseguir comida quando me redimir e isso me causa pânico só de pensar. — Olha só quem resolveu acordar — ouço a voz dele, meus músculos se contraem de medo… e pensar que era pra ser a simples voz de meu pai — Está esperando o que para ficar de joelhos? Ele diz e eu vejo finalmente uma luz forte vindo da porta que o mesmo abriu mais. Com o pouco de forças que tinha eu forcei meu corpo a levantar e ficar de joelhos esperando ele chegar perto. — Me perdoe, meu senhor… fui tola a questionar as suas ações que são somente para o meu bem — digo, sentindo o gosto amargo de cada palavra. Não olho para ele diretamente, porém sei que está com aquele sorriso doentio em seu rosto, sinto ele chegar cada vez mais perto e me encolhi esperando o pior. Ele toca em meus cabelos e suspira, sinto meus olhos encherem de lágrimas e tento segurar as mesmas para não apanhar novamente, mas foi inútil. Senti a queimação em meu rosto com os dois t***s que o mesmo desferiu, um em cada lado da minha face. Caí com a tontura e senti o gosto metálico do meu próprio sangue, as lágrimas já caíam mesmo contra minha vontade. Aquele monstro não contente me puxou pelos cabelos e me arrastou até perto de uma mesa que havia naquele porão escuro, úmido e sujo. Ele senta em uma cadeira me soltando abruptamente e fica me encarando com aquele sorriso psicopata, eu já imaginando o que ele iria fazer, chorei mais tentando implorar para não fazer isso. — Por favor, meu senhor — digo sentindo minha garganta fechar por conta do desespero. — Tenha piedade, me bata, mas não me obrigue a isso! Implorei mesmo sabendo que de nada iria adiantar. Ele me puxou pelo cabelo me colocando entre as pernas dele, abaixando sua calça juntamente com sua cueca. A única coisa que consegui fazer, foi fechar meus olhos com força. — Sua putinha — ele diz calmo sentindo prazer em fazer o que faz. — Você acha que vou apenas aceitar seu pedido de perdão depois do que fez?! — Ele puxa meu cabelo forçando meu rosto a levantar. — Abra a porra da boca desgraçada. — Eu nego e logo sinto um tapa em meu rosto. — Não me faça perder mais a paciência, porra! Ele grita e aperta minha mandíbula forçando a abrir minha boca e em fração de segundos força meu rosto para seu membro, fazendo o mesmo entrar totalmente me fazendo engasgar e chorar mais gemendo de dor. — Faça direitinho e quem sabe eu desisto de vender você? Não raciocinei as palavras porque ele continuava forçando a movimentação segurando tão forte meu cabelos ao ponto de alguns milhares de fios sair, me fazendo sentir ainda mais dor. — Você quer continuar aqui com o papai, né? Levava a outra mão que estava livre até meu rosto tocando, acariciando e eu sentia meu estômago embrulhar — Vai ser tão triste perder essa boquinha gostosa. Sua voz era nojenta, ele continuou aumentando o ritmo e eu já não tinha forças, apenas queria morrer. Quando ele chegou ao seu limite e soltou um gemido grotesco, puxou meus cabelos e me jogou no chão. — Minha garotinha doce — ele chega perto e faz um "carinho" em meu rosto, me pegando pelo pescoço me fazendo olhar para o seus olhos. — infelizmente preciso lhe vender, aquela aposta idiota tcs… — diz cuspindo. — Você vai sair daqui e ir para seu quarto, tomar seu banho e se vestir bem. Hoje à noite irei te levar para seu segundo inferno. — Ele diz com um sorriso assustador e sai me deixando ali no chão. Me encolho e choro, tremendo e sentindo aquela sensação sufocante tomar conta do meu corpo. Eu já não tenho esperança, não vejo luz, o ar começa a faltar e eu só quero que tudo isso acabe de vez. O que eu fiz para merecer isso? Quando foi que errei para passar por tudo isso? Não tive tempo de pensar, pois Anastácia chegou correndo e me vendo naquele estado congelou, mesmo sabendo que sempre acontece isso. Ela não disse nada, simplesmente me abraçou e esperou eu me acalmar, eu não questionava mais nada. Apenas deixo ela me levantar e me levar até meu quarto. Tirou minha roupa, me levou ao chuveiro e me deu um longo banho. Secou meu corpo, arrumou meus cabelos, me vestiu e me deixou sentada na cama. Alguns minutos depois ela entra no quarto com uma bandeja cheia de coisas para comer e finalmente fala comigo. — Ayla, minha flor. Sua voz era suave e doce, lembrava da voz de minha mãe. — Precisa se alimentar, pelo menos um pouquinho. Trouxe suas frutas favoritas. Ela se aproximou devagar e deixou a bandeja na mesinha perto da minha cama. Pegou uma pequena vasilha e trouxe pra mim, vejo morangos cortados, banana e manga, misturados com iogurte e granola, começo a chorar compulsivamente. — Por que Anastácia? Por que mamãe morreu? A mesma coloca a vasilha do outro lado da cama e me abraça até eu me acalmar. Depois de um longo período, eu me esforço para comer algumas coisas, mas principalmente a mistura de frutas que era exatamente o que mamãe fazia pra mim. Não sei o que esperar do final desse dia, não sei para onde vou ser levada, mas às vezes penso que vou ficar longe daquele monstro, que um dia já chamei de pai e fico levemente aliviada. Agora só me resta esperar a noite chegar. Até lá, vou aproveitar o pouco de paz que tenho dentro desse quarto. Pelo menos, acredito que o monstro não venha me assombrar por agora.Quatro anos se passaram e cada dia continua lindo. Agora compartilhamos nossa vida com um pequeno fruto de nosso amor, nossa doce filha Amália. Fiquei grávida depois de dois anos do nosso casamento. Lucian ficou extremamente nervoso por saber que seria pai, tinha medo de falhar e mais medo ainda por ser dono de uma máfia. Até mesmo eu tive receio dessa chegada inesperada, mas tudo o que eu posso dizer é que estamos vivendo um dia após o outro em uma paz indescritível.— Mama! Amália está crescendo rápido… seus olhos puxaram ao pai, seus cabelos ruivos veio de mim. Lucian gosta de dizer que prefere que ela puxe meu lado da personalidade, mas eu acredito que ela tem um pouco dos dois. Uma mistura um tanto quanto bagunçada, mas linda.— Vamos perturbar o papai? — pergunto pegando ela no colo. Corremos pelo corredor com a risada dela preenchendo o ambiente, logo chegamos ao escritório de Lucian. Abro a porta e o mesmo assim que nos vê, abre um sorriso encantador.— Papai, papai! — Amál
Quando chegamos ao local da cerimônia eu podia sentir meu coração bater forte, Natan abriu a porta estendendo a mão e eu segurei apertando mais forte do que esperava.Saí do carro e segurei nos braços dos dois apertando super nervosa, senti um leve tremor em minhas pernas, nunca pensei que ficaria tão nervosa assim. — Está pronta, pequena? — Felipe perguntou baixo transmitindo calma e eu confirmei com a cabeça.Assim que começamos a andar, cada passo parecia deixar meu coração mais rápido, íamos andando calmamente até ficar de frente ao caminho até o altar.Quando vi aquele tapete branco por cima de várias pétalas de flores deixando tudo mais lindo e romântico, segui com meus olhos até o altar e quando vi Lucian meu corpo se aqueceu em um misto de felicidade e nervosismo.Uma música suave e calma começou a tocar e tudo parecia rodar em câmera lenta. Começamos a andar em direção ao altar e eu não conseguia desviar meus olhos de Lucian, que assim que me viu pude notar seu nervosismo.S
Parecia ser mentira, mas enfim o dia tão esperado chegou. E eu desconheço a palavra "dormir". A ansiedade por esse dia não me deixava dormir de forma alguma.Eu realmente estou prestes a me casar e a ficha ainda não caiu. O dia está tão corrido que me dá dor de cabeça, não sei se é por eu estar ansiosa, mas estou me sentindo meio sufocada.Lucian fez questão de me dar o que chama de "o dia da noiva", não que seja algo ruim, mas não sei se estava me deixando confortável, eu queria que fosse um dia calmo, a única parte calma foi a sessão de massagem. Estava na parte da maquiagem e quando senti todo aquele produto no meu rosto quis levantar e sair o mais rápido possível daqui, uma mulher arrumava meu cabelo enquanto a outra fazia a maquiagem e eu estava prestes a surtar.— Por favor, parem. — eu disse tentando manter a calma.Elas pararam me olhando sem entender, eu respirei fundo fechando os olhos tentando achar uma forma de fazer elas entenderem que eu não quero nada disso que estão f
A tarde foi tranquila, eu fui até a cidade junto com Felipe e Natan para escolher meu vestido de noiva, posso dizer que essa experiência foi surreal. Lucian ficou revoltado quando eu disse que ele não poderia ir, mas eu quero que ele veja o vestido somente quando eu estiver usando e indo até ele na cerimônia.Por falar no casamento, vai ser daqui a alguns dias e vocês não imaginam o quanto foi difícil convencer esse bendito homem que não precisava de uma festa gigante.Mas depois de tanto conversar, ele me entendeu, aceitou e no fim amou a ideia tanto quanto eu, porque de acordo com ele seria melhor não precisar se preocupar em arrancar os olhos de ninguém que me olhasse com desejo.O casamento vai ser simples, em um campo florido perfeito, apenas algumas pessoas que Lucian conhece já que eu não conheço ninguém atualmente. Natan e Felipe obviamente serão os padrinhos, mas eu não faço a mínima ideia de quem vai ser o padre.Lucian disse que cuidará desses assuntos mais chatos, como não
Devo admitir que é meio assustador toda essa paz e calmaria durante todos esses dias que se passaram. Talvez seja porque todas as vezes que eu pude experimentar essa paz, algo ruim acontecia logo em seguida.Mas no momento não quero focar nisso, estou feliz, estamos felizes. Meu relacionamento com Lucian está cada dia mais perfeito para mim, eu amo esse homem e vou amar até o fim dessa vida. Finalmente estamos planejando nosso casamento, eu pedi para ele esperar eu me cuidar psicologicamente, precisava disso, depois de tanta coisa que me aconteceu, eu finalmente pude achar uma forma de me cuidar. Ainda sigo com minhas crises e pensamentos, mas aprendi a lidar e os medicamentos me ajudam, apesar de me incomodar saber que dependo deles para conseguir manter minha sanidade.— No que tanto pensa, meu amor? — saio dos meus pensamentos quando ouço a voz de Lucian e sua mão fazendo carinho em minhas costas.Estava sentada na cama olhando para o nada e nem consegui notar que ele havia acord
Decidi vim me consultar com o doutor Ian, precisa de um conselho, de uma voz que me dissesse o que fazer em meio a esse caos dentro de mim.Será que eu vou conseguir continuar minha vida? Eu mereço estar viva? Por que tudo isso aconteceu comigo?— Ayla? — Ouvi ele me chamar.— Eu fiz de novo? Me desculpe, doutor — disse olhando para minhas mãos mexendo meus dedos.— Em que pensava? Eu queria responder, queria dizer que não tenho mais forças para lidar com toda essa merda, queria gritar que estou me sentindo uma pessoa horrível, que tirei a vida de uma pessoa com minhas próprias mãos.— Doutor... Eu não sei o que eu faço. — lágrimas já escorriam sem eu nem perceber.— Você se culpa pelo o que passou? — Sim…— Por que sente que a culpa é sua? Não consegui responder, não tinha resposta para essa pergunta. "Por que eu me culpo?"Essa pergunta ficou ecoando em minha cabeça durante toda a consulta. Apesar de chorar mais do que conversar, a conversa com o doutor Ian me fez bem, seus con
Último capítulo