Faltam dois dias para a apresentação, e eu estou com tanto medo que mal consigo respirar.
Me apeguei a Lívia como se fosse minha mãe e ela age como uma comigo. Desde do primeiro dia ela cuida de mim, me alimentando, ficando comigo algumas noites, não deixou nenhum homem chegar perto de mim. Não quero perder ela, me sinto segura com ela. — Ei garota, tá esperando o que pra levantar? Fui tirada dos meus pensamentos quando ouvi a voz de um homem e olhei pra porta assustada vendo o mesmo me olhar de cima a baixo e dar um sorriso de lado. — Quer eu vá te levantar? Perguntou começando a chegar perto e eu me levanto em um pulo, o empurro quando ele tenta me tocar. — Não me toca! Grito o empurrando novamente, ele bufa e me empurra pra cama e fica por cima de mim tentando prender meus braços, mas eu me debato tentando tirar ele. Em um movimento mal pensado eu dou um soco na cara do mesmo e aproveitando sua abertura, chuto sua virilha e vejo ele sair de cima de mim, caindo no chão com a dor. Olho pra porta e corro sem pensar muito, continuo correndo, mas eu gelo quando vejo mais dois brutamontes que quando me vê fecham a cara e vem na minha direção rápido. Volto para o outro lado tentando correr o mais rápido que posso, porém, algo b**e em minha perna e vejo que era alguma coisa parecido a um chicote, caio e um dos homens me levanta pelos cabelos me fazendo gritar. — Me solta! Tento me debater e atinjo a cara daquele ogro que me segurava, pensei que fosse me bater mas não sinto nada, olho para frente e vejo ele... Silver vem na minha direção lentamente e vejo a seringa na sua mão quando chega perto. Ele deixa bem colado no meu pescoço enquanto o outro segura meus braços mesmo que ainda esteja agarrando meus cabelos com força. — por favor, não... — sinto um tapa forte que me atordoou. — Sua puta desgraçada! — Silver grita segurando ambos lados do meu rosto forçando olhar pra ele. — Eu ia amar te fuder de diversas formas, talvez se você não for comprada eu faça isso, diversas e diversas vezes. — Ele diz e eu encolho meu corpo. — Estou ansioso para saber o que vai acontecer, até lá... Sinto a agulha entrar em meu pescoço e reclamo de dor. — Você vai ficar quietinha, está me entendendo? Meu corpo começa a pesar, minha respiração fica lenta e eu apago novamente. Acordo ainda tonta devido a droga, mas mesmo que eu consiga me mexer um pouco, não consigo controlar totalmente meu corpo. — Mamãe? — Digo baixo, quase em um sussurro, sentindo um carinho no meu rosto e ouço um riso fraco. — Minha abelhinha. A voz doce me fez lembrar e me envergonhei quando reconheci Lívia, tentei esconder meu rosto mas ela puxou quase me colocando em seu colo. — Como você está, minha princesa? Ela pergunta, porém, quando abro a boca pra falar sinto minha garganta seca e começo a tossir. Ela me ajuda a sentar me encostando na cama, levanta e me trás um copo com água, eu tento levantar minhas mãos mas parece ser impossível e ela percebendo isso aproxima o copo da minha boca e finalmente consigo beber água e estava com tanta sede que ela trouxe outra vez para eu beber. — Desculpa não ter chegado para te proteger, minha princesa. Disse sentando ao meu lado aconchegando meu corpo nos braços dela e eu chorei enquanto sentia seus carinhos. — Não precisa pedir desculpas. — Minha voz saiu baixa, mas o suficiente para ela ouvir. — Estou com medo Li… — ela não me deixa completar. — Pode me chamar de mãe, por favor? Eu nunca fiquei tão feliz quanto fiquei quando te ouvir me chamar de mãe Sinto meu rosto esquentar, estava com muita vergonha, mas confirmo com a cabeça. — Me conta o que aconteceu, filha. Acabo sorrindo levemente ouvindo ela me chamar com tanto carinho. — Silver veio no meu quarto e ele iria fazer alguma coisa comigo — respirei fundo e continuei — Eu acertei um soco na cara dele e chutei o pau dele. Falei com raiva e Lívia riu um pouco sussurrando "minha menina esperta" com orgulho. — Corri, sei que não deveria, mas não pensei direito e corri pelo corredor e aqueles dois brutamontes estavam lá. Tentei correr para o outro lado mas acertaram minha perna, no fim o Silver disse... Senti um nó e mesmo chorando eu concluí. — Disse que se eu não fosse comprada ele iria me usar de diversas formas... Eu não sei o que pensar, estou com tanto medo, mãe. Me encolhi nos seus braços procurando conforto e proteção. — Vai ficar tudo bem, minha bebê. Ela levanta meu rosto para olhar em seus olhos. — Me escuta, está bem? Preciso que fique calma enquanto me escuta. — Eu afirmo com a cabeça e ela continua. — Eu tenho quase certeza que você será comprada, meu anjo, mas preste atenção. Independente de qualquer distância, eu vou sair daqui e vou te achar. Eu prometo a você. Eu choro com o pensamento de perder ela e vejo lágrimas em seus olhos também antes de me abraçar. — Eu prometo minha abelhinha, você vai ficar bem e eu vou te achar. — Ela continuou falando e eu adormeci em seus braços.