95. O Silêncio Depois da Tempestade
Nos afastamos um pouco do campo de batalha, seguindo para um pequeno aclive onde o solo seco parecia menos corrompido pela presença das criaturas. O céu, antes coberto pela névoa espessa, começava a se abrir timidamente, revelando um manto estrelado que parecia alheio ao que havíamos acabado de enfrentar.
Me sentei sobre uma rocha lisa, ofegante, sentindo o calor do colar ainda vibrar contra minha pele, como um coração extra, inquieto, mas começando a acalmar.
Ao meu lado, Noctis limpava a lâmina com um pedaço de tecido já encharcado de um resquício escuro da criatura que derrotara. Ele não dizia nada, apenas se concentrava na tarefa, com aquele olhar distante que, com o tempo, aprendi a reconhecer: a maneira dele de processar tudo o que havia acontecido.
Leriam repousava encostado ao tronco de uma árvore, as asas semiabertas, como quem as deixa esfriar depois de um longo voo. Seu olhar parecia perdido entre as sombras adormeci