O lago de águas tranquilas refletia o pôr do sol, tingindo o céu e a terra com tonalidades suaves de âmbar, lilás e ouro pálido. As árvores ao redor balançavam preguiçosamente, embaladas pela brisa morna do fim de tarde. Entre seus troncos retorcidos e galhos floridos, as risadas infantis cortavam o silêncio, leves e cristalinas como o canto de pássaros ao amanhecer.
Kaelara estava sentada sobre a relva macia, encostada ao tronco de uma árvore antiga, cujas raízes se espalhavam como dedos longos e protetores pela margem do lago. Suas asas, agora maiores e mais fortes do que jamais foram, estavam dobradas suavemente às costas, enquanto ela observava as duas pequenas figuras correndo pelo campo aberto, entre flores silvestres e pedras aquecidas pelo sol.
A menina, de cabelos prateados como fios de luar e asas pequenas, começava a descobrir a leveza do voo, erguendo-se poucos centímetros do chão antes de cair em gargalhadas. O menino, algun