107. O Julgamento de Velyr
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O ser moveu-se lentamente, como se o tempo à sua volta obedecesse a outras regras. Sua forma, ora sólida, ora etérea, oscilava entre fios de sombra e feixes de luz dourada que se estendiam até as ruínas do templo, envolvendo colunas e raízes antigas.
Por um instante, ninguém respirou.
O vento cessou.
Até o próprio eclipse parecia congelado no céu, com a borda escura da lua abraçando o último traço de luz solar.
De dentro daquela presença colossal, uma voz surgiu — mas não através do ar ou do som, e sim… dentro de nós.
“Vieram até o fim…”
O eco atravessou minha mente como um trovão silencioso, despertando imagens, lembranças, e até medos que pensei ter enterrado. Senti a mão de Noctis apertar a minha, como se também lutasse para manter a clareza diante daquela força avassaladora.
“Despertaram o limiar.”