68. O silêncio entre as estrelas
Saímos do observatório sob o mesmo céu lívido que nos recebera. O sol ainda mal havia nascido, mas o mundo já parecia diferente. Cada passo de volta ao castelo soava oco, distante, como se eu estivesse me movendo dentro de um sonho sem cor. Enquanto os outros discutiam sobre o que deveria ser feito, estratégias, possibilidades, nomes de velhos conselheiros e caminhos esquecidos… eu me mantive em silêncio.
Não tinha energia para participar. Não naquele momento. Minhas pernas se moviam por instinto, mas minha mente estava a quilômetros dali, perdida nas palavras de Elmond, nos símbolos sobre o disco, na contagem cruel dos doze dias.
Doze dias.
O colar pesava no meu pescoço como uma âncora, e o frio da manhã não conseguia atravessar o torpor que se espalhava pelos meus ossos.
Quando cruzamos os portões do castelo de Heits novamente, tudo em mim só queria uma coisa: silêncio. Conforto. Á