69. O sussurro das sombras
Acordei com um som seco.
Um estalo abafado, como galhos quebrando… ou ossos. Meu coração, ainda desacelerado pelo cansaço do banho e pelo breve sono, imediatamente disparou.
Ergui-me na cama sem saber se estava sonhando. A escuridão do quarto era cortada apenas por um filete de luar que entrava pela janela. Lá fora, o vento dançava entre as árvores do jardim, mas havia algo errado no ar. Algo… quebrado. Corrompido.
Então ouvi de novo. Arranhões. Rasgos na terra. Passos que não eram de humanos.
Meu corpo reagiu antes da mente entender. Rolei para fora da cama, peguei o arco que descansava encostado na parede, já com uma flecha encaixada. Meu traje de dormir — uma camisola leve e sem mangas — colava-se à pele ainda quente do banho, mas não me importei. As asas se abriram no mesmo instante em que pulei para a janela, apoiando os pés no parapeito de pedra.
A noite estava fria, mas não hesitei. Sal