67. Sombras do firmamento
Horas depois, quando a primeira luz da alvorada ainda mal tocava as torres mais altas de Heits, nós partimos. O céu ainda era de um azul profundo, manchado pelas últimas estrelas da noite, e um vento frio nos envolvia enquanto atravessávamos os portões do castelo em direção à colina do templo astronômico.
Eu caminhava ao lado de Noctis, com meu pai e dois guardas nos acompanhando. O rei Lucius ia à frente, envolto em um manto escuro que flutuava com o vento. Seu silêncio era tão pesado quanto o céu acima de nós, e por algum motivo, aquela quietude me deixava mais ansiosa do que qualquer batalha.
O caminho era de pedra antiga, ladeado por árvores cujas folhas tilintavam como sinos de vidro ao menor sopro. Já havia ouvido falar que aquela trilha era usada apenas por astrônomos e estudiosos, e que o templo, no alto da colina, guardava segredos selados há gerações.
Quando enfim avistamos a estrutura, meu coração acelerou. O Ob