Kallista é uma jovem de acaba de fazer 17 anos e tem sua vida completamente mudada ao saber que não era humana. Seu melhor amigo Alaric na verdade é um Lobisomem guardião que estava protegendo Kalli de qualquer outro sobrenatural. Além de Kallista descobrir que não era humana, ela descobre que é odiada e caçada! No mundo sobrenatural o fato de ser hibrida, pelas leis é extremamente proibido e a punição para tal é a morte!. Sendo a ultima herdeira do trono dos Hungrias e Saint Luise, Kallista terá que entrar em um mundo completamente novo, enfrentar clãs antigos e descobrir que ser Hibrida é o menor dos seus problemas.
Leer másA luz suave da manhã se filtra pelas cortinas da minha janela, iluminando o espaço com um brilho dourado. Hoje é um dia especial; eu completo 17 anos. A expectativa dança no ar, misturada à ansiedade. Amigos e familiares estão a caminho para a festa, mas uma sensação inquietante me acompanha, como se algo estivesse prestes a mudar. Eu me sento em frente ao espelho, observando meu reflexo. Meus cabelos castanho-claros caem em ondas suaves sobre meus ombros, e sempre achei que tinham um brilho especial sob a luz do sol. Mas são meus olhos que mais me intrigam: grandes e expressivos, refletem uma profundidade que me faz sentir que, em algum lugar dentro de mim, há um segredo escondido, esperando para ser descoberto.
Às vezes, me pergunto se meus olhos revelam mais do que apenas minha aparência. Há algo neles que parece carregar uma história, um mistério que desafia a superfície da minha vida cotidiana. Costumo me perder em pensamentos sobre o que poderia estar oculto em minha essência, mas sempre acabo voltando à realidade, onde sou apenas uma adolescente comum.
Hoje, no entanto, é um dia especial. É meu aniversário de 17 anos, e a festa está prestes a começar. Levanto-me, ajusto o vestido azul e decido que, independentemente do que sinto por dentro, vou aproveitar a celebração. Com um último olhar para o espelho, saio do quarto, determinada a deixar minhas incertezas de lado, mesmo que por um momento.
Ao chegar à festa, sou recebida por risadas e música animada. Meus amigos dançam e se divertem, e me sinto um pouco mais leve. Mas, enquanto caminho pelo ambiente festivo, meus olhos são atraídos para Alaric. Ele está em um canto, conversando com alguns amigos, e sua imagem me deixa intrigada.
Alaric sempre foi especial para mim, mas hoje, algo parece diferente. Ele está muito mais alto do que eu me lembrava, seus músculos definidos e sua postura confiante revelam uma maturidade que parece deslocada em alguém de apenas 17 anos. Seus cabelos loiros brilham sob as luzes da festa, e a forma como ele interage com os outros deixa claro que ele tem uma presença magnética.
Sinto-me um pouco insegura ao observar Alaric. Como ele pode parecer tão maduro e protetor ao mesmo tempo? Lembro-me das conversas que tivemos, das promessas que ele fez de me proteger. Mas, neste momento, não consigo deixar de pensar em como ele parece ser mais do que um amigo. Há uma força nele, algo que me faz sentir segura e ao mesmo tempo confusa.
“Você está bem?” A voz de Alaric interrompe meus pensamentos. Ele se aproxima, a expressão preocupada no rosto. “Você parecia distante.”
“Estou, sim. Apenas… pensando.” Sorrio, tentando esconder a intensidade de minhas emoções. “A festa está incrível.”
Enquanto a festa acontece, percebo que Alaric está mais distante do que o normal. Ele me observa com um olhar sério, como se estivesse ponderando um segredo que pesa em seu coração. No momento em que a festa atinge seu auge, decido que preciso conversar com ele.
“Alaric, podemos dar uma volta?” pergunto, puxando-o para o jardim. Ele hesita, mas acaba concordando, seu olhar grave não passa despercebido por mim.
Assim que chegamos a um canto tranquilo, longe dos risos e da música, Alaric se vira para mim, seu rosto sério iluminado pela luz suave do entardecer. “Kallista, há algo que preciso te contar. Algo que pode mudar tudo.”
Sinto meu coração acelerar. “O que está acontecendo? Você está me assustando.”
Ele respira fundo, como se estivesse reunindo coragem. “Eu não sou quem você pensa que sou. Eu sou um lobisomem guardião, enviado das terras feéricas para te proteger. E você… você não é apenas humana.”
As palavras de Alaric ecoam na minha mente como um trovão. “O que você quer dizer com isso?” Tento processar a revelação, mas a incredulidade toma conta de mim.
“Você é híbrida, Kallista. Metade vampira e metade lobisomem. Seus verdadeiros pais morreram tentando te proteger do mundo sobrenatural. Eles sabiam que você corria perigo.” A voz de Alaric está carregada de emoção, e vejo uma preocupação genuína em seus olhos.
“Mas… como isso pode ser verdade?” O pânico começa a subir. “Por que você nunca me contou antes?”
“Eu estava te protegendo. Havia forças sombrias que queriam te encontrar, e eu não podia arriscar sua segurança. Eu prometi aos seus pais que cuidaria de você.” Ele faz uma pausa, como se as palavras pesassem sobre ele. “Agora que você faz 17 anos, o mundo sobrenatural está mais perto de você do que nunca. É hora de você saber a verdade.”
A música está alta, e a festa aos poucos vai se esvaziando. Alaric e eu nos afastamos do tumulto, buscando um canto mais tranquilo na varanda da casa. O ar fresco da noite nos envolve enquanto a luz da lua ilumina nossos rostos. Ainda estou tentando processar tudo o que Alaric revelou, e a incredulidade me mantém em um estado de confusão.
“Alaric, você realmente acha que vou acreditar que é tudo verdade? Que você é um lobisomem guardião e que eu sou uma híbrida?” Cruzo os braços, tentando ocultar a insegurança que sinto. “Isso parece uma grande pegadinha de aniversário.”
“Não é uma piada, Kallista!” Alaric responde, sua voz mais intensa do que antes. “Eu sei que parece inacreditável, mas é a verdade. Eu não posso te deixar desconsiderar isso. Sua vida está em perigo!”
Reviro os olhos, meu coração acelerando com a intensidade da conversa. “Por que você não me disse isso antes? Por que esperar até agora? Parece que você só está tentando me assustar, e isso não tem graça alguma!”
“Eu não queria te envolver nesse mundo. Eu prometi aos seus pais que te protegeria, e até hoje fiz tudo para que você tivesse uma vida normal.” A frustração na voz de Alaric é palpável, e sinto uma pontada de culpa. “Mas agora, você precisa entender que não é apenas uma questão de escolha. É uma questão de sobrevivência.”
O silêncio paira entre nós, e começo a perceber que Alaric está falando sério. Seus olhos azuis estão ardentes, cheios de preocupação, e a tensão na atmosfera parece espessa. Enquanto a música diminui e o ambiente se torna mais tranquilo, percebo que a maioria das pessoas já foi embora, deixando-nos sozinhos com nossos pensamentos. Sinto o chão sob meus pés desmoronar. As peças do quebra-cabeça da minha vida estão se juntando, mas a imagem é aterrorizante. Sempre me senti diferente, mas nunca havia imaginado que minha verdadeira identidade era tão complexa e perigosa.
“E agora? O que eu faço com isso?” pergunto, minha voz quase um sussurro.
“Agora, você precisa aprender a se proteger. Você não está sozinha. Eu estarei ao seu lado, mas você deve entender o que significa ser quem você é.” Alaric se aproxima, segurando minhas mãos. “Não tenha medo, Kallista. Juntos, nós podemos enfrentar o que vier.”
“Alaric…” começo, mas ele me interrompe.
“Você precisa entrar, Kallista. Agora!” A urgência em sua voz faz meu coração acelerar ainda mais.
“Por que eu deveria?” respondo, desafiadora. “Diga-me um bom motivo para eu entrar e deixar essa conversa inacabada.”
Nesse momento, um vento forte sopra pela varanda, fazendo meus cabelos dançarem ao redor do meu rosto. Estou prestes a retrucar quando, de repente, um som profundo e poderoso ecoa na noite, e um grande lobo cinza surge na frente de nós, seus olhos amarelos brilhando como lanternas na escuridão.
Recuo instantaneamente, o medo tomando conta do meu corpo. “Alaric!” Grito, olhando para o amigo, que parece alarmado, mas não surpreso. O lobo, imponente e majestoso, nos encara com uma intensidade que faz meu coração disparar.
“Vá para dentro, Kalli!” Alaric ordena, sua voz agora firme e decidida. “Eu não posso deixar que você fique aqui.”
“Mas… o que é isso?” Mal consigo articular as palavras, a realidade do que está acontecendo começando a se infiltrar em minha mente.
“É uma das criaturas que eu estava te falando. Você não está segura aqui. Entre agora!” Ele gesticula para a porta, mas estou paralisada, a visão do lobo cinza me prendendo no lugar.
“Alaric, o que vamos fazer?” O pânico cresce em minha voz, e sinto que o chão sob meus pés está prestes a desaparecer.
“Confie em mim. Eu vou lidar com isso. Mas você precisa se proteger!” Ele dá um passo à frente, confrontando o lobo, um instinto protetor emanando dele. Ainda em choque, finalmente dou um passo em direção à porta, mas não consigo tirar os olhos do lobo que agora está mais perto, seu olhar fixo em nós dois.
Kallista pulou a janela do meu dormitório, o coração ainda pesado com a dor da rejeição que sentira naquela noite. Porém, ao me deparar com uma cena inesperada, minha surpresa me fez hesitar. O rei Viktor estava ali, ao lado de Adrian, que estava sentado em minha cama, com um semblante sério, mas acolhedor.Antes que eu pudesse começar a me explicar ou sentir a pressão do momento, Adrian sorriu para mim, fazendo um gesto que parecia aliviar a tensão. “Sua mãe fazia a mesma coisa,” ele disse, como se compartilhasse um segredo. “Sempre escapava pela janela quando as coisas ficavam difíceis.”Minha confusão aumentou. “O que vocês estão fazendo aqui?” perguntei, tentando entender a situação.O rei Viktor, com sua presença imponente, interveio. “O resultado do seu exame já saiu, Kallista. Ele confirma que você é tribida,” disse ele, com uma seriedade que não podia ser ignorada. “Estamos revirando a árvore genealógica de toda a família real para entender a extensão dos seus laços.”Senti um
Saí correndo da biblioteca, meu coração acelerado e a mente a mil. Eu precisava encontrar uma saída antes que o clã tivesse os resultados em mãos e o peso da minha verdadeira identidade se tornasse um fardo insuportável. As saias dos vestidos me atrapalhavam, dificultando minha corrida, mas a adrenalina me impulsionava a continuar.Ao chegar no meio do corredor, um conhecido sorriso arrogante apareceu à minha frente. Era Fausto, que me observava com um ar de superioridade. "Estou ansioso pela chegada dos seus exames, Kallista," ele disse, a voz cheia de ironia.Não o confrontei, não tinha forças para isso. Com um gesto desdenhoso, apenas passei por ele, determinada a não deixar que suas palavras me afetassem. O que importava naquele momento era me proteger e descobrir como lidar com a nova realidade que me aguardava.Ao chegar em meu quarto, fechei a porta com força e corri até minha escrivaninha. Com mãos trêmulas, abri meu diário e comecei a escrever freneticamente. "Agora sei que so
Eu estava perdida em meus pensamentos, ecoando os fragmentos do sonho inquietante que ainda me deixavam perturbada. De repente, ouvi um estalo de dedos bem na minha frente. Pisquei, voltando à realidade, e encontrei Lucien me observando com uma expressão preocupada."Está tudo bem?" ele perguntou, a preocupação evidente em seu tom. "Você tem estado um tanto dispersa nas últimas noites."Suspirei, tentando afastar os resquícios do sonho que ainda me atormentavam. "Quando você vai me assumir para a sua família?" perguntei de forma direta. "Quando esse joguinho vai acabar?"Lucien hesitou por um momento, olhando nos meus olhos. "Calma, Kallista. Estou esperando os resultados saírem. Assim que comprovar que você é apenas uma híbrida, começarei a trilhar um caminho para que meus pais a aceitem."Soltei uma risada sem humor. "Mesmo sendo híbrida, já seria um caminho difícil, não acha? E se eu fosse… tribida? O que você acharia?"Ele riu, um som que soou leve, mesmo que a tensão no ar fosse p
Na manhã seguinte, eu estava em um misto de emoções, ainda refletindo sobre a noite intensa que tive. Quando Vivi e Ravenna entraram no meu quarto, não puderam conter os gritos de animação ao ouvirem minha notícia em que eu havia perdido a minha virgindade."Uau! Você conseguiu!" Vivi exclamou, enquanto Ravenna pulava de empolgação. "Como você se sente?"Hesitei por um momento, tentando encontrar as palavras certas. "Me sinto… normal, eu acho," respondi, forçando um sorriso. "Na verdade, foi bom, mas eu esperava… mais."Minhas amigas trocaram olhares confusos, a surpresa estampada em seus rostos. "Mais? O que você quer dizer com isso?" Ravenna perguntou, inclinando-se para frente, cheia de curiosidade.Sentindo-me um pouco envergonhada, decidi mudar de assunto. "Ah, esqueçam isso! Olhem o que eu ganhei!" Levantei-me rapidamente e abri o armário, revelando um verdadeiro arsenal de vestidos novos que meus avós me haviam dado."Meu Deus, Kallista! Isso é incrível!" Vivi exclamou, admirand
Era uma noite silenciosa quando me preparei para pular a janela, meu coração acelerado com a ideia de escapar da prisão que se tornara minha vida. Abri a janela com cuidado, tentando fazer o mínimo de barulho possível, mas, de repente, uma cabeleira castanha apareceu diante de mim. Com um susto, dei alguns passos para trás, e meus olhos se encontraram com os olhos castanhos de Lucien.“Você!” exclamei, uma mistura de raiva e alívio percorrendo meu corpo. “O que você está fazendo aqui? Você não devia ter aparecido!”“Não vou embora,” Lucien respondeu, sua voz firme, mas com um toque de vulnerabilidade.Franzi a testa. “Se você não for, vou gritar para os guardas lá fora.”“Um minuto, por favor,” ele pediu, esboçando um sorriso triste. “Me deixe explicar.”Cruzei os braços, desafiadora, enquanto ele falava. “Não pude vir antes porque meus pais me proibiram de ter qualquer contato com você.”Soltei uma risada sem humor, imaginando a situação. “Como se isso importasse! Eles queriam que eu
---A madrugada se estendia silenciosa, e eu estava encostada na janela, observando o céu estrelado que se estendia até onde a vista alcançava. As estrelas brilhavam como pequenos faróis de esperança, mas meu coração estava pesado. Uma semana havia se passado desde a reunião tumultuada, e eu me sentia mais sozinha do que nunca. Meus avós vinham me visitar frequentemente, trazendo palavras de encorajamento, mas a solidão ainda me envolvia como um manto.Sentia falta de Alaric, meu amigo que sempre me apoiara, e me perguntava como ele estaria. Será que ele ainda estava no mesmo mundo que eu? As memórias das conversas que tivemos me deixavam nostálgica. Olhei para minha nova escrivaninha e decidi pegar meu diário, um meio de me conectar com meus próprios pensamentos.Comecei a escrever: “Oi, você está por aí?” Esperei um momento, e logo as palavras surgiram na página: “Sim, estou aqui.”Um sorriso iluminou meu rosto ao ver a resposta. “Você nunca dorme?” questionei, curiosa sobre a presen
Último capítulo