Capítulo 20.
GABRIEL CLARK NARRANDO:
Se tem uma coisa que eu aprendi na vida foi não confundir emoção com decisão. No mundo dos negócios, isso é uma regra de ouro. E eu decidi contratar Júlia Montenegro por competência. Eu vi potencial nela na entrevista, e o resto… o resto foi um desvio do da vida que não se repetirá.
Ela estava aqui agora. Uma funcionária da minha empresa. E eu não queria que ela pensasse, nem por um segundo, que estava aqui por piedade, por sexo ou qualquer coisa parecida. Então eu seria duro. Frio. Exatamente como sou com qualquer outro funcionário.
No meio do dia, bati os olhos no relógio. Três e meia da tarde. O tempo passava rápido quando a mente estava ocupada, e naquele dia eu me forcei a manter a cabeça focada no trabalho. A porta foi levemente batida.
— Pode entrar — falei, sem tirar os olhos do monitor.
Júlia apareceu com um envelope pardo nas mãos.
— Um entregador deixou isso, senhor Clark.
— Me dá aqui.
Ela atravessou a sala e me entregou o envelope