Capítulo 36.

FERNANDO NARRANDO:

Ela achou que ia sair ilesa. Que ia me trair, mentir, rir da minha cara e depois desfilar de noivinha feliz com o meu próprio tio como se nada tivesse acontecido. Como se não fosse canalha. Como se não tivesse sido falsa.

Estava parado no carro há mais de uma hora, observando a entrada da empresa de Gabriel como um predador esperando a presa. O motor desligado, o vidro entreaberto, meu coração batendo em um compasso torto. A raiva me corroía por dentro. Não conseguia aceitar aquela imagem dos dois juntos, sorrindo no jantar do meu avô como se fossem o casal do ano. A porra do anel brilhando no dedo dela como se fosse troféu.

Hipócrita.

E ela ainda teve a ousadia de me olhar nos olhos com desprezo. Como se eu fosse o lixo da história. Como se ela não tivesse culpa de nada.

Mas ela tem. E hoje, ela vai me ouvir.

Avisto Júlia saindo do prédio, sozinha. As mãos apertando a alça da bolsa, a postura tensa, os passos rápidos. Ela sempre teve essa mania de fingir força quan
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